Como os cegos usam a Internet?
Com a ajuda de um programa que lê em voz alta cada palavra escrita numa página de internet. Como não pode ver o cursor do mouse, o deficiente visual navega pelos links das páginas usando apenas o teclado – apertando a tecla Tab ou a seta para baixo. Os primeiros programas do tipo surgiram na década de 1980. Entre as dezenas de opções hoje em dia, o mais popular é o Jaws. “É o que permite maior acessibilidade. Com ele você pode usar todo o sistema Windows”, diz Marco Antonio de Queiroz, deficiente visual e autor do site Bengala Legal (www.bengalalegal.com). O problema é que a versão original do Jaws tem um preço salgado: 1 000 dólares! Para quem não possui essa grana toda, outra opção é usar um programa gratuito, o DOSVox, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1993. Apesar de contarem com softwares específicos, os deficientes visuais sofrem com muitos sites que não adotam os padrões internacionais de acessibilidade. E, temos que confessar, o próprio site da ME ainda precisa melhorar muito nesse aspecto…
Eu, robô?
Sabe as páginas que pedem que você identifique os números e as letras de um quadro? Isso serve para bloquear o uso de programas-robôs, só que bloqueia também a navegação dos cegos, pois o quadro é uma imagem. A solução seria usar como filtro perguntas rotativas simples, como “Quantos dias tem uma semana?”
Texto escondido
Uma armadilha comum são subitens do menu principal que só podem ser vistos quando você passa o mouse em cima deles. Quem usa o teclado, como os deficientes visuais, não faz nem idéia de que esses subitens existem, pois eles não são rastreados pelo programa leitor.
Animação demais
Sites que usam muito Flash, ou seja, recursos de animação, também são de difícil acesso. Primeiro, porque os arquivos de Flash não costumam ter indexadores que identifiquem seu conteúdo para o programa leitor. Segundo, porque exigem a navegação com o mouse, e não com o teclado.
Senha bloqueada
Algumas páginas exigem senhas que só podem ser escritas com o mouse. Apesar de um pouco polêmica pela questão da segurança, uma opção mais acessível seria um teclado virtual que pudesse ser acionado sem o mouse. Alguns bancos já estão testando isso.
Autor(a): Eliza Menses